As tais lentes dos furinhos

As tais lentes dos furinhos

Percebendo que há já bastante tempo não publico nada acerca deste tema que tão querido me é, hoje trago-te aqui umas quantas linhas apenas com o intuito de, despreocupadamente, te dar a conhecer os óculos reticulados, aquela coisa da qual todos os oculistas fogem a sete pés. E fogem porquê? Porque lhes dão cabo do negócio porquanto, tal como as doenças, os dentes, também os olhos são um grande negócio e uma incomensurável fonte de receitas, um mercado onde reina muita confusão e sobretudo se dá pouca importância a quem precisa, uma vez que o lucro é o objectivo central.

O artigo foi feito para pessoas que, tal como ocorreu comigo, querem conquistar naturalmente a sua independência das lentes graduadas, não importando se tens miopia, presbiopia ou vista cansada, hipermetropia, astigmatismo, estrabismo ou quaisquer outras disfunções visuais.

Devido aos elevadíssimos custos que envolvia a sua produção, só os ricos e abastados se podiam dar ao luxo de mandar fazer os seus óculos com lentes graduadas, de vidro, também chamadas lentes "compensatórias", pois efectivamente não corrigem o problema, mas compensam a sua necessidade de aumento da graduação visual e somente por isso são indicadas por especialistas.

Infelizmente, sobretudo pelas razões acabadas de apontar, as pessoas sabem pouco ou nada sobre os óculos reticulados, ou seja, óculos cujas lentes são opacas e revestidas com uns pequenos furos, isto apesar do efeito "reticulado" ser conhecido desde a antiguidade e já nessa mesma época, serem utilizados para correcção da visão pelos chineses e outros povos antigos.

Há registos deste tipo de óculos serem utilizados durante a idade média e a sua utilização na forma de óculos remonta ao início do século passado, por volta de 1930, pelo que, contemporaneamente, esse mesmo efeito é utilizado na astronomia, na fotografia com as câmaras reticuladas, nas câmaras espiãs (as famosas Spy Cam) e até pela medicina oftálmica como no caso dos estenopeicos.

Em épocas remotas, estes óculos terapêuticos eram feitos achatando-se um pedaço de chumbo, até que ficasse no formato de uma folha de papel, após o que eram feitos nela pequenos orifícios e depois disso, as pequenas placas de chumbo eram colocadas numa armação de arame que tinha por função sustentá-las.

Para te exemplificar o funcionamento dos óculos reticulados, escolhi reproduzir o gesto utilizado por muitas pessoas que intuitivamente se servem do efeito "reticulado" quando precisam ver algo minúsculo e não têm à mão os seus óculos ou uma lente de aumento. O que fazem elas? Semicerram os olhos, não é? Outras colocam algo opaco à frente dos olhos para verem apenas através dum furo ou numa linha estreita a fi m de obterem esse efeito, nem que sejam apenas dois dedos.

Então ver bem é uma arte que pode ser ensinada e aprendida! E, diferentemente das lentes graduadas, também chamadas lentes compensatórias, que permitem ver clara e imediatamente os objectos, mas que não têm um efeito positivo no olho pois, como muletas que são, só funcionam tratando o efeito, não resolvendo as causas e, tal como as drogas, incentivam a progressão do problema, pois viciam.

É ou não verdade que quem usa óculos ou lentes de contacto vai sempre aumentando a graduação de que necessita para conseguir manter a acuidade visual? Já alguma vez te interrogaste acerca de qual a razão para tal fenómeno? Então mas o objectivo não deveria ser melhorar progressivamente a visão? Pois, mas de facto não é, e não é por uma razão simplicíssima: porque se em vez de piorarem progressivamente a tua visão, a curassem, acabavam rapidamente com o negócio!

Ao contrário das lentes graduadas, os óculos reticulados têm como objectivo favorecer o exercício visual espontâneo, através do seu simples uso, além de, por acção do filtro provido pelos furinhos, fornecerem informações visuais correctas e não informações visuais corrigidas ou compensadas, como ocorre no caso das lentes graduadas, permitindo de tal forma que o cérebro, que efectivamente é o principal responsável pela maior parte do processamento da informação visual, possa ter a chance de entender e comandar correctamente o funcionamento dos olhos, através da avaliação constante das informações visuais, quando os olhos são encorajados e o seu bom comportamento recompensado.

E os exercícios visuais? Os exercícios visuais são formas de ginástica que treinam os olhos em movimentos que nos desacostumámos fazer, mas que são bastantes necessários para a manutenção da saúde dos olhos. Sendo alvos de grande perseguição e descredibilizados ao máximo pelos seus inimigos, nomeadamente os oculistas, oftalmologistas, optometristas e quejandos, tanto os exercícios visuais realmente eficazes, quanto os óculos reticulados, acabam por ter muito menos uso do aquele que a sua grande utilidade justificaria, uma vez que só muito pontualmente a tal aconselham que se recorra.

Então, e em que circunstâncias tal acontece? Apenas quando não têm nenhuma “solução” lucrativa para adiar a cura. Então, agora com seriedade e honestidade, vamos à pergunta: os óculos reticulados e os exercícios visuais realmente funcionam? Sim, invariavelmente. Principalmente se utilizados conscientemente e em conjunto.

E isso é uma novidade? Não, pois são muitos os casos de pessoas, umas mais directamente ligadas à ciência médica, outras para tratarem as suas próprias limitações, têm elaborado e aplicado os seus métodos pelo menos desde finais do século XIX, mas têm sido, todos eles descredibilizados pela lucrativa indústria das lentes graduadas.

Assim, há de facto há mais de um século, equipamentos e sequências de exercícios que têm sido continuamente ocultados do grande público, sendo que a maioria dos programas de treino visual, até hoje desenvolvidos, são baseados nos seus ensinamentos, dando origem a uma disciplina holística que ajuda a solucionar problemas visuais de milhões de pessoas, o que ocorreria com muitas mais se não houvesse um lobby que combate a saúde da visão.

Durante a segunda guerra mundial, os pilotos usavam os exercícios visuais para os ajudar a manter a visão nítida, diminuir o tempo de reacção visual e a habilidade de processar mais rapidamente e com maior precisão o que eles viam numa situação de combate, e, da mesma forma, muitos atletas de alto nível, utilizam técnicas semelhantes para os ajudar a aumentar a sua margem competitiva.

E como não ouvimos falar nada sobre os óculos reticulados e os métodos eficazes de ginástica ocular? Apenas porque, tal como acabei de referir, nos lugares em que estes conhecimentos foram oferecidos, enfrentaram sempre a oposição frenética, dura e em larga escala, da entidade médica da classe, dos oftalmologistas e da indústria óptica. E em poucos outros lugares, enquanto ainda não há a devida divulgação sobre os exercícios visuais e os óculos reticulados, limitam-se simplesmente, a expressar indiferença.

Os óculos furadinhos existem desde a mais remota época, mas suas propriedades terapêuticas somente foram notadas no final do século XIX, por volta de 1890, quando algumas pessoas que utilizavam este tipo de óculos, também conhecidos como óculos de pobre, começaram a perceber a reversão das suas dificuldades visuais, porém só alguns abonados pela sorte conseguiam tais benefícios.

Não te esqueças de que os teus olhos são a tua janela para o mundo! Infelizmente, na sua ganância, “eles” são capazes de tudo! Não troques um problema por outro, não arrisques a tua saúde visual. Nada é tão desagradável quanto a perda de acuidade visual e nós podemos ajudar-te a reverter esse quadro utilizando os óculos reticulados e sequências eficazes de exercícios de ginástica visual.

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